O processo de socialização tem início ainda no útero materno, assim que a criança é concebida. Quando ela ouve o timbre de voz das pessoas que convivem com sua mãe, estabelece a primeira relação com o mundo. Mas são as experiências do dia a dia que vão possibilitar a descoberta e o prazer das relações.
“À medida que crescem as crianças vão descobrindo outras formas de relacionarem-se com o mundo. Cabe a escola promover a interação entre as crianças, não só para desenvolver habilidades cognitivas e motoras. A verdadeira escola reconhece a importância dos primeiros anos de vida, a dimensão da importância das relações afetivas para o desenvolvimento da criança, empenha-se em oferecer progressivamente espaços e oportunidades de interação para que as crianças aprendam a descobrir a solidariedade, a libertar-se do egocentrismo, a partilhar ideias, espaços e brinquedos”, avalia Alexandra Lima, coordenadora pedagógica do Centro de Educação João Paulo II (CEJPII).
Para isso, a ambientação da classe precisa ser pensada com antecedência. “O professor, como mediador, precisa disponibilizar o ambiente de maneira adequada, promovendo a troca de experiências e pontos de vista. Com isso, eles terão espaço para criar e testar hipóteses, refazer raciocínios e estabelecer correlações para construir novos conhecimentos e aprender a respeitar opiniões diferentes”, explica Alexandra.
De acordo com a coordenadora, a interação em sala de aula é importante, pois é bem diferente para a criança aprender com o professor e compartilhar conhecimento com colegas da mesma idade. “Percebemos que, quando os alunos têm habilidades diferentes, a interação permite que eles complementem o que sabem individualmente e consigam progredir juntos no aprendizado”, afirma.
Quando a escola está consciente da importância desta etapa do desenvolvimento da criança, o estudante só tem a ganhar, além de aprender, ainda desenvolve diversos valores sociais. “Isso ajuda a criança a respeitar, compreender e se solidarizar com o próximo. Saber trabalhar em equipe é uma qualidade fundamental nos dias atuais, não somente dentro da escola. Isso possibilitará a ele enxergar novas maneiras de lidar com o mundo e de entender os outros indivíduos”, finaliza a pedagoga.
O Projeto
O Centro de Educação João Paulo II atende 260 alunos carentes de 3 a 13 anos, com ensino integral das 7h5 às 16h50 na educação infantil (3 a 6 anos) e programa de contraturno de 4 horas diárias para estudantes da rede pública. Os alunos têm uma jornada escolar diária de mais de oito horas, a mesma dos países desenvolvidos e duas vezes maior do que a jornada comum nas escolas brasileiras. Os estudantes são selecionados pelo critério da renda familiar, ou seja, quanto menor a renda, maior a prioridade para a matrícula.