Perguntas em sala de aula auxiliam o processo de ensino

A cena é corriqueira. Terminada a explicação, o professor vira-se para os alunos e oferece a eles o momento de tirar possíveis dúvidas. Por mais natural que essa atitude possa parecer, o questionamento dos alunos é considerado de extrema importância para o processo de aprendizagem. “O mundo funciona através das dúvidas, não das certezas; se todos nós sempre estivéssemos certos de tudo, não haveria mais o que aprender”, reflete o professor Belmiro Valverde Jobim Castor, presidente do Centro de Educação João Paulo II (CEJPII).

E completa: “o objetivo da educação é proporcionar ao estudante capacidade de raciocínio, crítica e reflexão. Por isso é tão importante que ele sempre tenha questionamentos”.

Para Alexandra Lima, coordenadora pedagógica do CEJPII, quanto mais perguntas o estudante tem, mais ele presta atenção na matéria, pois questionar é algo inerente ao pensamento. “A dúvida melhora o caminho do professor rumo a uma educação satisfatória, pois é por meio dela que se pode perceber em quais pontos o estudante tem dificuldade e a explicação precisa ser reforçada”, avalia.

Porém, a coordenadora alerta quanto ao grau de tolerância do educador. “É preciso paciência e respeito com a dúvida de cada aluno, pois a velocidade e a forma de aprendizado são características individuais. O que, às vezes, acontece e não deveria é o professor menosprezar a dúvida do aluno, insinuar que ter dúvida a respeito de algo aparentemente simples é sinal de falta de atenção”, conta.

Esse tipo de situação gera problemas que não afetam apenas o momento em sala de aula, mas pode comprometer o processo de aprendizado desse aluno. “Atitudes de desdém só resultam em alunos constrangidos em perguntar e professores prepotentes. Isso pode prejudicar a qualidade do ensino, pois dificilmente aquele estudante vai retornar a fazer questionamentos”, conclui Alexandra.

O Projeto
O Centro de Educação João Paulo II atende 260 alunos carentes de 3 a 14 anos, com ensino integral das 8h às 16h30 na educação infantil (3 a 6 anos) e programa de contraturno de 4 horas diárias para estudantes da rede pública. Os alunos têm uma jornada escolar diária de mais de oito horas, a mesma dos países desenvolvidos e duas vezes maior do que a jornada comum nas escolas brasileiras. Os estudantes são selecionados pelo critério da renda familiar, ou seja, quanto menor a renda, maior a prioridade para a matrícula.